O CEO da Sony Pictures fez algumas declarações que deixaram claro que os próximos filmes do estúdio serão acompanhados por IA.
A Sony Pictures decidiu apostar fortemente na Inteligência Artificial (IA) para potencializar seus futuros filmes e programas de TV. O CEO Tony Vinciquerra confirmou em uma recente conferência de investidores no Japão que o estúdio está “muito focado em IA”.
O futuro da produção cinematográfica com IA
“Principalmente, estamos procurando maneiras de usar a IA para fazer filmes para cinema e televisão”, disse ele. Esta abordagem foi formulada no contexto das negociações e acordos resultantes das greves do ano passado, que continuarão a ser negociadas pelo IATSE e pelos Teamsters. Essas palestras descrevem como a IA está sendo usada na indústria.
As palavras de Vincikera não passaram despercebidas. A indústria cinematográfica está num ponto em que a tecnologia pode mudar drasticamente a forma como o conteúdo é produzido. A principal preocupação de sindicatos como o IATSE é que ferramentas como o “Sora” da OpenAI possam reduzir a procura de mão-de-obra, afectando trabalhadores e talentos. O objectivo destas negociações é preservar os direitos dos trabalhadores, tal como fizeram para actores e escritores após a greve da SAG-AFTRA e da WGA.
O que a IA significa para o cinema?
O uso da inteligência artificial na indústria do entretenimento não é novo, mas sua aplicação é enorme. Há um ano, o fundador da DreamWorks, Jeffrey Katzenberg, mencionou que a IA poderia reduzir os custos de produção de um filme em até 90% e exigir apenas 50 artistas em vez de 500.
A Sony pode estar recorrendo à IA em busca de uma solução para seus recentes fracassos comerciais. Filmes como Morbius, Madame Web e possivelmente Ghostbusters: Frozen Empire não tiveram o sucesso esperado, o que levou a empresa a procurar alternativas mais baratas.
Rejeição pública da IA no cinema
O público nem sempre é receptivo ao uso de IA em filmes. Um exemplo recente é Late Night with the Devil, um filme de terror criticado pelo uso de imagens geradas por IA, o que prejudicou sua qualidade como filme. Isso levanta a questão de saber se os espectadores realmente percebem ou se preocupam com a tecnologia usada na produção dos filmes.
Dakota Johnson, estrela de Madame Web, também expressou preocupação com o uso de IA na indústria. “Não se pode fazer arte baseada em números e algoritmos”, comentou. Johnson acredita que o público é inteligente e sempre consegue distinguir o real do artificial.
Para onde vai a indústria?
A indústria cinematográfica está numa encruzilhada. A implementação da IA pode trazer grandes benefícios económicos, mas também traz desafios éticos e criativos. A declaração de Johnson refletiu uma preocupação generalizada de que “mesmo que os filmes comecem a ser feitos com IA, as pessoas não vão querer vê-los”.
No entanto, o desafio da Sony e de outros estúdios para cortar custos é grande. A chave é encontrar um equilíbrio que permita à indústria aproveitar os benefícios da tecnologia sem sacrificar a qualidade artística e o trabalho.
A Sony Pictures está lançando as bases para um futuro onde a IA desempenhará um papel vital na produção cinematográfica e televisiva. Como esta decisão afetará a indústria e como o público aceitará esta nova forma de fazer cinema é apenas uma questão de tempo.
O impacto da IA na produção cinematográfica
A IA promete revolucionar a indústria cinematográfica, tornando-a mais eficiente e barata. No entanto, o desafio é preservar o conteúdo artístico que distingue o cinema há mais de um século. Os atuais acordos e negociações serão fundamentais para definir este novo cenário e garantir que os criadores e o público beneficiem.
Os próximos anos serão cruciais para ver como a inteligência artificial será integrada no processo criativo e produtivo do cinema e se os estúdios conseguirão encontrar a fórmula perfeita para combinar tecnologia e arte sem perder a magia da sétima arte.